quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ode a mulher morta

Eu corri tantas vezes em sua direção
e por tanto tempo fugistes de mim
em direção a outros corpos 
outras bocas ias beijar
e me deixastes tão solitário
desesperado por teu conforto
 teus abraços desnudos.

Eu busco um aconchego
Mas você insisti em desdenhar esse que tanto deseja,
 Altiva que és
da tua glória incomensurável
misteriosa
me ignora.

Não beijo tua boca
não me tocas a pele
somente me deixas olhar-te 
 como musa de tempos remotos
 intocável, eterna e bela.

E continuas a fugir de mim.
Olhastes tantos rapazes de minha idade
e para eles destes tanto
Cama unguento e gozo.

De mim continuas a fugir
Será eu um predestinado a viver a te esperar
E se me beijares a boca assim de repente
devo ceder aos teus caprichos
ou desta vez fugir Eu

Se outrora fui valente
Arrisquei-me a própria vida
Hoje já não posso desmedir
espero tranquilo a tua vinda, porque agora quem irá me procurar és tu.

No entanto uma coisa ainda desejo, com os mesmo desejos de tempo de valentia
que me domines o corpo, me beijes serena.
Me afagues em teu braço e me nines amantissíma.









segunda-feira, 8 de outubro de 2012

lanterna


A infância que se acaba
A junventude se acabando
A velhice que passa
A vida que não demora
A morte que nos circunda
A vida que se realiza
no tempo que decorre
A morte que nos espera.

Lampâda nº 12 incandescente


o tempo de agora
é o da pele seca
o da vela acesa
queimando
da tua boca purulenta
das tuas feridas de chagas
da febre
da dor de cabeça
o tempo de agora é o tempo da ardência
chuva que molha
a terra seca
meu corpo fatuo
lama
chama
tua boca.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Lampada nº 7

Uma idéia que pensei. Lampada nº7
Sobre a filosofia dos vampiros.

Os  vampiros nunca foram a figura dos politicos corruptos vampirizadores dos bens sociais.
Os vampiros são uma espécie de seres  que aflitos com as relações sociais  vampirizadores se tornam rebeldes.

Buraco Negro

eu queria penetrar teu buraco negro. Sempre achei bunito essa coisa de entrar numa coisa escura...perder-se de vista imensidão e despudor. esse é o tempo da sensatez, um pouco de pure de abóbora,arroz o feijão as alfaces e um copo de água. black hole.O inglês sempre soou tão bunito. Não te concentras no inglês. Escreva em português tua lingua. lingua de merda essa e todas as outras só não essa a de dentro  que me revela  a escuridão do teu corpo. Negro. Buraco negro.Hole Glory.e eu me calo. emudecido pela tua expansão sobre territórios primeiro a boca os dedos.o talo.liquido.teus pés de terra.lama e escuridão, feito de barro.
TEU CORPO
NOITE
TEU OLHAR
LUA
buraco negro.perdido via-láctea caos e cosmo suspensos imensa extensão negra.buraco.meu cérebro gato a tua pele.sou eu quem passa ou tu que passa ou passamos os dois juntos? rito noite rio passamos os dois. ascende luz cegueira fogo o nosso esquecimento.somos outros agora ele e o outro. ele outro.ele é outro.
fim.começo.morte.vida.caveiras e flores.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

OPHÉLIA

Ophélia, o sangue vem debaixo.

Tu não deverias ter saído nunca daí Hamlet.


DESDÊMODA DE MORTE

Othelo então pergunta:
-Quem são os mortos Desdêmona?
- Os mortos somos todos nós...

JULIETA ILUMINADA

Podes me beijar agora Romeu
os primeiros raios de sol te jubilam
é dia de tua alegria
tua glória
Continuas a me beijar ébrio e radiante
hoje é dia de tua glória
TU MORRES COMIGO
o nosso tempo é o de agora.
(AS)cence
BRASA
FUMAÇA
O teu beijo é o tempo de agora.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

SÃO JOÃO


É DIA DE FESTA  e ainda assim a melancolia entre os fogos de artificio.
Há de ser o tempo da cara lavada de se chegar a época da luminosidade dos dias ensolarados do verão do caribe...nitido e lúcido como num cartão postal.
na américa latina não existe infelicidade. somos filhos de um sol tropical. cores e frutas. 
Eu estou na rua agora e já é dia, mas não sei quanto tempo se passou . ouço o barulho dos trabalhadores e o calor tomando parte do espaço.
eu preciso fugir daqui, essa são horas de dormir. escondere-se no quarto escuro.Mas me dizem tem muita vida lá fora...onde há sol há vida...onde há claridade há lucidez...que conversa chata essa de ser sorriso na cara e tantos palpites sobre as araras e os contos de machado de assis.
algum momento de suspensão onde a claridade não machuque as vistas e a penumbra me acompanhe...o meu corpo intupindo-se e transbordando alccol e fumaça, esse é o tempo das lascivia da carne e do espirito...a medida que me compreendo como matéria, me percebo quanto elemento natural...e não há guerras nem mutilações...
quando eu me desnudar, palavras futeis  e percebo o meu corpo  desprotegido. tremo diante do fato de me tornar uma pessoa falsamente interessante . mas não passo de uma coisa tão diminuta e insgnificancia. minhas ideologias de tão falsas que são desmoronam-se o sorriso petrificado, mostrando a minha face escondida por tanto tempo- me dizendo...sou pessoa COMUM CARNE, MERDA E PENSAMENTOS

domingo, 22 de abril de 2012

Bumba meu pai do campo

O CÉU FORRADO DE VELUDO AZUL MARINHO
VEIO VER DEVAGARINHO ONDE O BOI IA DANÇAR...

EU QUERO SER UM JUNKIE!

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sexta-feira, 13 de abril de 2012

ASCENDER...EH BOI...EH BUMBÁ.


ELE NÃO SABE QUE SEU DIA É HOJE


FAROL

Os faróis do carro
Luzes em trafego
Pelas avenidas urbanas

Antes de tantas luzes as estrelas e os vagalumes
Era o tempo em que eu via tudo tão diminuto
O universo na cabeça de uma agulha

Os faróis luzes vermelhas e amarelas
Da janela eu brinco de desfocar minha visão
Vejo pequenas estrelas espalhadas pela cidade

O céu é aqui embaixo
Existência infinita
Luz e escuridão
Concretude e fluidez

Não existe ordem
Existem projetos
a vida
obetiva
precisa ser justificável

o meu sentido é interior
a minha escritura eles lêem
escrevo a minha historia numa página de papel

há quem apague
há quem transcreva
existem ainda os que alterem
citações em espaços acadêmicos
há quem diga que é mentira

um escritor nunca será dono de sua escrita

.....

Nem tudo esta decidido
Inúmeras possibilidades
Nem todas escolho

O universo é a cabeça
Me faço refaço e desfaço
Há quem faça por mim

Existem milhões de frestas
Tantas lacunas
Vírus e bactérias

Meu corpo não é imune
Tantos baques,quedas e contaminações

Me disseram que tudo é escolha
Existem coisas que se escapam ao domínio
Eu meu corpo
Fantasia e sangue

A medida
E a desmedida
Existe o entre, e os talvez.

....

Um tremor na mão um olhar vago
O emudecimento

O pertencimento
A noção de si. Incorrompivel.teu corpo exposto.os dentes que caem, e a febre tifoide.
Vacinas nem sempre previnem.

Me pedem sorrisos
O paradgma social, os ois,os olas,e os améns.

Não te podes escapar
A apatia é inimiga do empregador.

O sorriso determina um cargo
Se for banguela, a melhor coisa são as dentaduras firmes .

.....

Eu cuspo em quem me maltrata
Ninguém pode mudar meu ser.

Eu sei entre as avenidas que o céu é aqui embaixo
Tantas estrelas entre mim
Muitas tatuadas em meu corpo
Outras circundando invisíveis

Tem gente que só olha o que quer
Por isso continuo a desfocar meu olhar
Frente aos muros e a insensatez.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Pisca-Pisca

A visão do além
Dos além dos além
Lá de onde o vento faz a curva
Pertinho das franja do mar

Eu fui ninado um dia
Por um colo e mãos macias

Essa visão do acima do mundo
Das beiradas da terra
È um lugar que gente visível jamais foi

É tão longe,tão longe que nem da pra saber
Cientista jamais vai entender
É visão de eremita e poeta...essa visão dos além

Eu vou e volto

E eu sei que quando for definitivo
Vou ser ninado outra vez
Mãos macias e colo acalentado

E todo mundo vai me entender
E eu também entender as outras línguas

A gente não precisa de estudo pra saber o que a língua do olho fala.
Porque tem essa língua da boca e tem outras línguas.
O nosso corpo é todo língua.

Talvez seja por isso que os cachorros nos comunicam.

Faro e saliva

Eu tive essa visão eram muitos homens
Todos em guerra
Milhões de mortos
Eu estive ali

Meu corpo em febre
Corpo nu de menino correndo a casa
Eles querem meu corpo

Só eu vejo
Ninguém mais

Essas visões dos além dos além
É visão bonita mas dói

E eu vi tantas coisas
A distancia da terra e da lua
E meu corpo feito pedra pensante

Eu senti tantas também
Uma força em cima de mim um peso sobre meu corpo
E era velho
E tive tanto medo

Desfaleci nos braços de Hipnos
Seu irmão gêmeo tem sido generoso com ele e comigo

Ainda não é a tua hora
Ela há de chegar
E tu terás tuas visões
Tua vida e teus sonhos lá bem distantes dos além dos além
Pertinho das franjas do mar.


segunda-feira, 9 de abril de 2012

incandescência- o palito de fóforo

NÃO SE DEVE RESISTIR A CHEGADA DOS FILHOS DE NIX.

quinta-feira, 8 de março de 2012

luminária em the haging garden

Eis mais uma vez cego em busca de um lugar frio e luminoso

O meu olho percorre paisagens : serras,planícies, planaltos florestas

Teus olhos enfim o lugar do meu repouso sobre tua supercie

O teumeuteumeucorpo infinita paisagem

Teu corpo roxo negro profundidade e despudor

Me abraças acalento

Meu corpo

Frio

Tenso

Pálido

Tu sempre noite....

Imensidão

Poros grãos

E chove bravo, me envolve sereno

Tua pele macia e suada

Teus

Membros

Umbigo

Cabeça

E sexo

Aniquilado

Verme e putrefação

Tantos corpos

E este o meu ainda

O tempo do nada

E me faço histórias e tradições

O antes e o além daqui

O tempo do nada

O agora

Os passarinhos e tantas flores

A lama

Teu corpo concretude e fluidez

E depois da escura noite infinita alguma coisa que ainda faça ter sentido sobre a tua superfície roxa e frutífera.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Ossatura

Ossatura.

Objeto encontrado na rua.Pedaço de pau jogado ali à calçada.

Me vi ali tão diminuto.

Osso.

Ninguém por perto havia percebido?

E não era de animal qualquer desses que se joga fora logo após a primeira refeição.

Osso.

Comeu a galinha e chupou os ossos.Ela estava de uma delicadeza blasé chupando o osso e conversava sobre metafísica.eu não entendo muito sobre esses assuntos.Me indicou Kant,confesso não saber quem é,ela me diz então para ler a coleção primeiros passos.Ótimo inicio.Depois falamos do holocausto,dos miseráveis na Somália e os tantos mil cadáveres espalhados pelas ruas de Serra Leoa.Me lembrei dos mortos da tsunami,muitos espalhados no chão.O osso é o melhor.Dentes fortes.É dentadura meu filho.

O osso.

Aquele objeto na rua.Pedaço branco.

O cachorro foi cheirar. É osso ,dito e certo.OSSO.

Aquele era dos grandes.Eu sei ,não era de galinha,de porco.Não , não era osso de boi,nem de cavalo ,não os conheço bem a ossatura,mas tenho certeza que não era.

Sai daí cachorro.Sai daí oh imundo.Deve estar com fome....Vai comer abóbora oh cachorro.jogo uma pedra pontiaguda.Ele sai ladrando.Bicho nojento.

Cheguei perto e fiquei observando aquilo ali parado na frente. É osso de gente.

Como? Ali jogado no meio do nada?

De longe dava para pensar em ser um pedaço de pau...mas eu sei muito bem o que são ossos e aquele ali era realmente dos grandes e de gente.

Me deu uma náusea , um nojo de gente,um nojo de bicho nojo de cadáver.

Fui para casa. A partir de hoje só pão e rapadura.Vida de monge.Tibetano só se for ,os cristãos adoram carne,e mal passada.

O meu rosto. A caveira.

Os meus dedos ,minha carne,as vísceras,serventia para a terra,e os bichos lá embaixo... no osso.

Osso! aquele osso que vi bem cedo era realmente osso de gente.

posto em lugar qualquer

A carne

a galinha

o porco

meu corpo

Osso.

Para João iluminado

Hoje João acordou com vontade de água...assim que se pôs de pé correu para a geladeira,apanhou a garrafa de água e sem mesmo pegar o copo,ali com os lábios encostados a boca da garrafa bebeu os dois litros de água sem respirar.

Mateus acordou de madrugada pelo susto tomado do pesadelo, respirou,olhou ao redor e lembrou-se do copo de água que havia deixado na cabeceira ao lado...pegou o copo, e bebeu a água sem respirar.

A tua saliva é água ...entre o meu corpo suado escorrem águas tuas- minhas. Águas cachoeira que escorrem do meu corpo. Que chegam ao chão formando pequenas piscinas. A tua saliva é água.

Umedece a boca seca após quatro cigarros. A tua saliva é liquida.

Cura os lábios secos.A tua saliva sal.

Tomo-te por inteiro sem respirar.Doce sem machucar. A tua saliva ilícita.

Bebo-te. Bebe-mes. A saliva é fluida.

E Barbara o beijou durante dez minutos sem respirar,liquida fluida ilícita.

E tenho muita sede antes de dormir, a madrugada inteira,a manhã passageira.A tarde calorosa.

Tenho realmente muita sede.

A tua saliva é água.