quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Ode a mulher morta
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
lanterna
A infância que se acaba
A junventude se acabando
A velhice que passa
A vida que não demora
A morte que nos circunda
A vida que se realiza
no tempo que decorre
A morte que nos espera.
Lampâda nº 12 incandescente
o tempo de agora
é o da pele seca
o da vela acesa
queimando
da tua boca purulenta
das tuas feridas de chagas
da febre
da dor de cabeça
o tempo de agora é o tempo da ardência
chuva que molha
a terra seca
meu corpo fatuo
lama
chama
tua boca.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Lampada nº 7
Sobre a filosofia dos vampiros.
Os vampiros nunca foram a figura dos politicos corruptos vampirizadores dos bens sociais.
Os vampiros são uma espécie de seres que aflitos com as relações sociais vampirizadores se tornam rebeldes.
Buraco Negro
TEU CORPO
NOITE
TEU OLHAR
LUA
buraco negro.perdido via-láctea caos e cosmo suspensos imensa extensão negra.buraco.meu cérebro gato a tua pele.sou eu quem passa ou tu que passa ou passamos os dois juntos? rito noite rio passamos os dois. ascende luz cegueira fogo o nosso esquecimento.somos outros agora ele e o outro. ele outro.ele é outro.
fim.começo.morte.vida.caveiras e flores.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
DESDÊMODA DE MORTE
-Quem são os mortos Desdêmona?
- Os mortos somos todos nós...
JULIETA ILUMINADA
os primeiros raios de sol te jubilam
é dia de tua alegria
tua glória
Continuas a me beijar ébrio e radiante
hoje é dia de tua glória
TU MORRES COMIGO
o nosso tempo é o de agora.
(AS)cence
BRASA
FUMAÇA
O teu beijo é o tempo de agora.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
SÃO JOÃO
domingo, 22 de abril de 2012
Bumba meu pai do campo
VEIO VER DEVAGARINHO ONDE O BOI IA DANÇAR...
sexta-feira, 13 de abril de 2012
FAROL
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Pisca-Pisca
segunda-feira, 9 de abril de 2012
quinta-feira, 8 de março de 2012
luminária em the haging garden
Eis mais uma vez cego em busca de um lugar frio e luminoso
O meu olho percorre paisagens : serras,planícies, planaltos florestas
Teus olhos enfim o lugar do meu repouso sobre tua supercie
O teumeuteumeucorpo infinita paisagem
Teu corpo roxo negro profundidade e despudor
Me abraças acalento
Meu corpo
Frio
Tenso
Pálido
Tu sempre noite....
Imensidão
Poros grãos
E chove bravo, me envolve sereno
Tua pele macia e suada
Teus
Membros
Umbigo
Cabeça
E sexo
Aniquilado
Verme e putrefação
Tantos corpos
E este o meu ainda
O tempo do nada
E me faço histórias e tradições
O antes e o além daqui
O tempo do nada
O agora
Os passarinhos e tantas flores
A lama
Teu corpo concretude e fluidez
E depois da escura noite infinita alguma coisa que ainda faça ter sentido sobre a tua superfície roxa e frutífera.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Ossatura
Ossatura.
Objeto encontrado na rua.Pedaço de pau jogado ali à calçada.
Me vi ali tão diminuto.
Osso.
Ninguém por perto havia percebido?
E não era de animal qualquer desses que se joga fora logo após a primeira refeição.
Osso.
Comeu a galinha e chupou os ossos.Ela estava de uma delicadeza blasé chupando o osso e conversava sobre metafísica.eu não entendo muito sobre esses assuntos.Me indicou Kant,confesso não saber quem é,ela me diz então para ler a coleção primeiros passos.Ótimo inicio.Depois falamos do holocausto,dos miseráveis na Somália e os tantos mil cadáveres espalhados pelas ruas de Serra Leoa.Me lembrei dos mortos da tsunami,muitos espalhados no chão.O osso é o melhor.Dentes fortes.É dentadura meu filho.
O osso.
Aquele objeto na rua.Pedaço branco.
O cachorro foi cheirar. É osso ,dito e certo.OSSO.
Aquele era dos grandes.Eu sei ,não era de galinha,de porco.Não , não era osso de boi,nem de cavalo ,não os conheço bem a ossatura,mas tenho certeza que não era.
Sai daí cachorro.Sai daí oh imundo.Deve estar com fome....Vai comer abóbora oh cachorro.jogo uma pedra pontiaguda.Ele sai ladrando.Bicho nojento.
Cheguei perto e fiquei observando aquilo ali parado na frente. É osso de gente.
Como? Ali jogado no meio do nada?
De longe dava para pensar em ser um pedaço de pau...mas eu sei muito bem o que são ossos e aquele ali era realmente dos grandes e de gente.
Me deu uma náusea , um nojo de gente,um nojo de bicho nojo de cadáver.
Fui para casa. A partir de hoje só pão e rapadura.Vida de monge.Tibetano só se for ,os cristãos adoram carne,e mal passada.
O meu rosto. A caveira.
Os meus dedos ,minha carne,as vísceras,serventia para a terra,e os bichos lá embaixo... no osso.
Osso! aquele osso que vi bem cedo era realmente osso de gente.
posto em lugar qualquer
A carne
a galinha
o porco
meu corpo
Osso.
Para João iluminado
Hoje João acordou com vontade de água...assim que se pôs de pé correu para a geladeira,apanhou a garrafa de água e sem mesmo pegar o copo,ali com os lábios encostados a boca da garrafa bebeu os dois litros de água sem respirar.
Mateus acordou de madrugada pelo susto tomado do pesadelo, respirou,olhou ao redor e lembrou-se do copo de água que havia deixado na cabeceira ao lado...pegou o copo, e bebeu a água sem respirar.
A tua saliva é água ...entre o meu corpo suado escorrem águas tuas- minhas. Águas cachoeira que escorrem do meu corpo. Que chegam ao chão formando pequenas piscinas. A tua saliva é água.
Umedece a boca seca após quatro cigarros. A tua saliva é liquida.
Cura os lábios secos.A tua saliva sal.
Tomo-te por inteiro sem respirar.Doce sem machucar. A tua saliva ilícita.
Bebo-te. Bebe-mes. A saliva é fluida.
E Barbara o beijou durante dez minutos sem respirar,liquida fluida ilícita.
E tenho muita sede antes de dormir, a madrugada inteira,a manhã passageira.A tarde calorosa.
Tenho realmente muita sede.
A tua saliva é água.