um dia quando eu for penas e bicos
escreverei sobre uma folha de papel
todas as araras do céus
ARARAPIRANGA
e meu corpo coberto de vermelho
afastara toda a adversidade dos incrédulos mortais
dos possessivos espíritos que circundam o meu habitat
E em mim todas as florestas, riachos, pedras e limo.
Minha caveira estampada na experiência da vida
e dentro de mim um templo zelando a minha superfície
eu escrevo o meu poema-xamãnico
ARARAPIRANGA.
E há de ser luz a sair dos olhos
palavra cortante, feixe, cintilância.
E da minha boca prosa, versos sujos
minha concepção borrada.
A Anticonfiguração.
ARARAPIRANGA.
Este secreto elixir da vida
ser quem quiseres ser.
hectoplasma livre da zona fantasma
fincando ganchos em territórios desconhecidos
meu plexo carne-osso
ombro- o mundo é meu
ARARAPIRANGA.
Vadio radiante pelo caos das ruas
topando nos paralelepípedos irregulares
e dos meus dedos burrifam
líquidos, ciclo, átrio
ARARAPIRANGA.
É preciso manchar
papéis, ruas, avenidas
É preciso violentar tantas claúsulas
O meu corpo paraíso tropical
equatorial - chuvas, suor, lágrimas
ARARAPIRANGA.
A passagem sendo feita
canoas, fogos, fumaça
minha cabeça reluzindo ouro
alterada quimicamente
adornada com penas.
ARARAPIRANGA
Contaminadamente infectado pela Historia
me locomovo por terras e ares,
sábio deslocamento para sobrevivência das espécies
Tantas peles panos e penas
Me descubro
transformando em bicho
ARARAPIRANGA.
sábado, 22 de fevereiro de 2014
domingo, 16 de fevereiro de 2014
lampada acesa na madrugada
agora tu não tens mais tempo para a poesia
me disse o menino do de dentro de mim.
As tuas horas se passaram
e tudo se encobre de pêlos.
A tua mascara debochada
cadela noite, lua cheia
tantas falas e tu te inseres nisso tudo.
E me vinha na cabeça a praticidade do tempo
a brincadeira do menino
em ter tempo ocioso
e ler revistas contemplar a natureza
e pensar mundos possíveis.
E tantas pessoas morrem quando te ocupas
de objetos e outras inutilidades
a vida um pulsar passageiro
de minusculas células
a explodirem e rapidamente apagarem
do aqui debaixo
os milhões de anos vividos
coisa perdida
e modificada no espaço
E me vejo mais uma vez frente ao espelho
vigiando olhos cabelo
rugas e sinais da pele desgastada dos tempos
Precisas ganhar teu dinheiro
tua comida
escova teus dentes
me dizia alguma imagem disciplinadora
construir cidades templos muros e girassóis
tua luz inflama
e brilhas em outras galaxias
o sol indiscriminadamente iluminando tantos mundos
Escreve
o teu menino cochila.
me disse o menino do de dentro de mim.
As tuas horas se passaram
e tudo se encobre de pêlos.
A tua mascara debochada
cadela noite, lua cheia
tantas falas e tu te inseres nisso tudo.
E me vinha na cabeça a praticidade do tempo
a brincadeira do menino
em ter tempo ocioso
e ler revistas contemplar a natureza
e pensar mundos possíveis.
E tantas pessoas morrem quando te ocupas
de objetos e outras inutilidades
a vida um pulsar passageiro
de minusculas células
a explodirem e rapidamente apagarem
do aqui debaixo
os milhões de anos vividos
coisa perdida
e modificada no espaço
E me vejo mais uma vez frente ao espelho
vigiando olhos cabelo
rugas e sinais da pele desgastada dos tempos
Precisas ganhar teu dinheiro
tua comida
escova teus dentes
me dizia alguma imagem disciplinadora
construir cidades templos muros e girassóis
tua luz inflama
e brilhas em outras galaxias
o sol indiscriminadamente iluminando tantos mundos
Escreve
o teu menino cochila.
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