sábado, 22 de fevereiro de 2014

LUZ VERMELHA

um dia quando eu for penas e bicos
escreverei sobre uma folha de papel
todas as araras do céus
ARARAPIRANGA
e meu corpo coberto de vermelho
afastara toda a adversidade dos incrédulos mortais
dos possessivos espíritos que circundam o meu habitat


E em mim todas as florestas, riachos, pedras e limo.
Minha caveira estampada na experiência da vida
e dentro de mim um templo zelando a minha superfície
eu escrevo o meu poema-xamãnico
ARARAPIRANGA.


E há de ser luz a sair dos olhos
palavra cortante, feixe, cintilância.
E da minha boca prosa, versos sujos
minha concepção borrada.
 A Anticonfiguração.
ARARAPIRANGA.


Este secreto  elixir da vida
ser quem quiseres ser.
hectoplasma livre da zona fantasma
fincando ganchos em territórios desconhecidos
meu plexo carne-osso
ombro- o mundo é meu
ARARAPIRANGA.


Vadio radiante pelo caos das ruas
topando nos paralelepípedos irregulares
e dos meus dedos burrifam
líquidos, ciclo, átrio
ARARAPIRANGA.


É preciso manchar
papéis, ruas, avenidas
É preciso violentar tantas claúsulas
O meu corpo paraíso tropical
equatorial - chuvas, suor, lágrimas
ARARAPIRANGA.


A passagem sendo feita
canoas, fogos, fumaça
minha cabeça reluzindo ouro
alterada quimicamente
adornada com penas.
ARARAPIRANGA


Contaminadamente infectado pela Historia
me locomovo por terras e ares,
sábio deslocamento para sobrevivência das espécies
Tantas peles panos e penas
Me descubro
transformando em bicho
ARARAPIRANGA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário