sexta-feira, 8 de agosto de 2014

luz negra

A vida então me disse
escreve teus poemas de amor
mas a morte sempre presente
circunda um filete em flor

porque chora esse amor tão bonito
como o canto de um pássaro encantado
beirando a dor?

a morte se avizinha a todo momento
a vida me disse
olhe as transparências das águas
ela é multicolor

me banho com pedras preciosas
colares rubros
brilhante me visto para o meu amor

mas te afastas roupa corpo
será a eternidade uma bruta flor?

o vento sopra dentro de mim forte
descompassado cortante
quem se interessa pelo amor?

desenho casas sol a pino
uma arvore gigantesca no quintal
fruta madura manga rosa
para  não me perder novamente

e te afastas pra mais longe
mas este tempo é do amor
então por pensamento me pergunto
quantas vidas ainda terei?

a vida então revela
a morte é tua amiga
viva, não escreve mais

fecho os livros
arranco páginas
e decido então parar de escrever

e amo beijo a boca
abandono a minha casa
para outra reerguer

e te afastas de mim
café da manhã
tua cara desconfigurada
borrada entre as tantas da minha existência
porque tem de ser assim?

a morte então me avisa
a vida é liquida, viva deixe ir
o teu amor é mais profundo
nada prenda a tua experiência
o rio sempre haverá fluir.






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