Chuva no quintal
despendo as roupas do varal de ferro
como não fazia há anos
agua sobre o corpo úmido
pulverizando os pêlos e o sexo
em terras amazônicas
Céu cinza de
tempestivo gozo
neste chão que alguém dançou
Penacho para ornamentar
dias de festa
aves que aqui ainda se escondem
em épocas de água
quatro ararinhas brincam no céu
depois da chuva
AMANACI
sorri feliz os dias de água
depois o rosado
brilhando entre as nuvens
como fogo que acabará de apagar
céu de brasa no quintal de minha casa
telhas velhas por sobre o abrigo antigo
o matagal insistindo ao sol
e uma mulher velha de cabelos brancos
prestes a parir ao entardecer
minha mãe
meu primeiro berço
meu ventre
as aguas me dizem
tudo há de serenar
bioma renascido por entre as raízes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário