quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Luz de led

Chuva no quintal
despendo as roupas do varal de ferro
como não fazia há anos

agua sobre o corpo úmido
pulverizando os pêlos e o sexo
em terras amazônicas

Céu cinza de
tempestivo gozo
neste chão que alguém dançou

Penacho para ornamentar
dias de festa
aves que aqui ainda se escondem
em épocas de água

quatro ararinhas brincam no céu
depois da chuva
AMANACI
sorri feliz os dias de água

depois o rosado
brilhando entre as nuvens
como fogo que acabará de apagar
céu de brasa no quintal de minha casa

telhas velhas por sobre o abrigo antigo
o matagal insistindo ao sol
e uma mulher velha de cabelos brancos
prestes a parir ao entardecer

minha mãe
meu primeiro berço
meu ventre
as aguas me dizem
tudo há de serenar

bioma renascido por entre as raízes.




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